sábado, 12 de março de 2011

08 de Março Dia Internacional da Mulher - Desafios e Conquistas.


Lá atrás, nos foi colocado que o sistema de referência para todas e todas e todos, è o capitalismo, que nos embuí e emerge de todos os grandes canceres sociais; desigualdade de classe, gênero, opressão, discriminação, preconceito e a relação indigna de trabalho, pois discrimina e diferencia, beneficia e cala muitas mulheres e homens em nossa sociedade, a ideia machista entre tantas outras ações individualistas e personalistas.

Desafios e conquistas à parte ficamos em quanto mulheres ainda no âmbito das desigualdades, ganhamos menos e no que se trata quando se é mulher e negra, o quadro ainda é pior, ficamos quase invisíveis, se for mulher indígena ai o quadro piora.
Este mês de Março em especial a data do Dia Internacional da Mulher – 08 de Março, traz grandes desafios, uma de entendimento do real significado da data, que pra muitos fortalece o patriarcado, achando e colocando a mulher só na condição de sua função social a procriadora.
Na realidade fazemos uma reflexão, sobre a morte das operarias de uma empresa têxtil Norte Americanas e a forma cruel em que foram sacrificadas, queimadas por lutarem por diminuição de carga horária e seus direitos como trabalhadoras.

Cento e hum anos se passaram e continuamos com as bandeiras de luta pela redução da jornada de trabalho, a igualdade em remuneração e a igualdade na implementação das politicas publicas, trabalhistas, autonomia financeira, mais espaço mais poder, saúde publica de qualidade, creches, etc.
Reconhecendo os avanços conquistados, pela luta das mulheres e a importância histórica de termos eleito uma mulher para a Presidência da República. Fica aqui o registro da necessidade dos Movimentos de Mulheres pautarem o Governo e direcionar a luta para a ampliação e consolidação das politicas publicas.
A luta pela autonomia financeira se faz primordial, mas a cobrança pontual ao Estado de São Paulo e a Segurança Publica, sobre a implementação da Lei Maria da Penha, na divulgação e intensificação de se fazer cumprir a lei é primordial.
Mizael Bispo, do Caso Mércia Nakashima, continua solto e detalhe com acessos a mídia, o policial Fábio Agostine Macedo, mesmo tendo o seu direito de porte de arma retirado, invade o distrito e dispara vários tiros sobre a Delegada Denise Quioca, Elisa brutalmente violentada até hoje não se tem noticias do paradeiro do corpo, Marcela e tantas outras Mulheres que foram mortas pela violência de Gênero e não se tem o retorno legal executado.

A Lei Maria da Penha apesar de muito nova, é uma das mais completas leis de defesa as vitimas de violência doméstica e intra familiar, construída com a interlocução dos vários setores da sociedade civil organizada, dos direitos Humanos e instituições publicas de defesa, esta sendo colocada em pauta e em dúvida perante a vários setores.
Direito adquirido deve ser mantido e ampliado, não podemos retroceder, pois se não fosse a lei com certeza muitos casos permaneceriam no anonimato.
Temos que fiscalizar nossos direitos e cobrar das instâncias a sua aplicabilidade na integra da Lei e do II Plano Nacional de Politicas Publicas para Mulheres, consolidado em 2007, bem como o Pacto de Enfrentamento a Violência Contra Mulher.

Guarulhos é privilegiado em equipamentos de defesa das mulheres, mas ainda peca no que tange o aparato máximo de proteção a Casa Abrigo que para uma população de quase 1.300.000 pessoas deveria ter no mínimo duas, dentro das regras estabelecidas nas normativas nacionais, a criação do Juizado Especializado de Violência Doméstica Contra a Mulher, que passa a acelerar a aplicabilidade da lei no sentido de uma maior coação dos agressores, além da antiga bandeira que é o atendimento 24horas da Delegacia de Defesa da Mulher, estes últimos que por sua vez se encontram sobre poder de execução do Governo Estadual.

Precisamos romper com o silêncio, romper com as desigualdades e as discriminações vivenciadas pelas mulheres, em particular pelas mulheres negras, indígenas, trabalhadoras rurais, trabalhadoras domésticas, lésbicas, portadoras de necessidades especiais, jovens e idosas.
Precisamos ciar um outro mundo , possível de igualdade entre homens e mulheres respeitando as suas diferenças.

Por isso convidamos todas e todos a se organizarem nas atividades do Dia Internacional da Mulher com ato no dia 12 de março de 2011 a concentração terá início às 9h30 no Centro Informação Mulher, na Praça Roosevelt, Rua da Consolação, nº 605- São Paulo e no Dia 20 de Março – 6ª Caminhada de Mulheres por um Mundo mais Humano, concentração as 8h30, Av. Monteiro Lobato, nº 3415 – Parque Cecap – Guarulhos .
Contamos com todas vocês, pois como dizia o prelúdio - “Sonho que se sonha só , é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade”.

FLAVIA COSTA
UBM GUARULHOS