quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010


Qdo? 07 DE MARÇO

Onde? Associação Nação do Reggae Rua Guaratuba- Bela Vista (próx Rua 13)

Programação:

10h00 - Oficinas 5 elementos
11h00 - Lançamento Livro: “Hip-Hop a Lápis 2: A Literatura do Oprimido”
12h30 - Debate: Lugar de Mulher é em todo lugar, nosso dia é todo dia!

Convidadas: Luiza Cordeiro (Poder Legislativo- Guarulhos)

Eva de Oliveira (Poder Legislativo- Sumaré)

Olinda (Fórum de HipHop e Políticas Públicas)

Mercedes Alencar (Nação HipHop Brasil)

Luciana (Nação HipHop Brasil- Marília)

Mariana Piovesan (Associação do Reggae)

Fran Fernanda(UJS)

Lunna (Site Mulheres no HipHop)

Flávia Costa (UBM/ Coordenadoria da Mulher)
15h00 - Intervenções Culturais (Traje Negriá, CTE Capoeiragem, e outras intervenções convidadas)
16h30 - Jam Session com 16 músicos e microfone livre para Freestyle “Manifestação Original da Essência HipHop”.

Realização: União da Juventude Socialista
Co-Realização: Associação Nação do Reggae
União Guarulhense dos Estudantes Secundaristas
Apoio: Nação Hip-Hop Brasil
Site Mulheres no Hip-Hop
União Brasileira de Mulheres


Luís Preto
Secretário de Comunicação
UJS Guarulhos

O Centro de Memória do PCdoB trás uma entrevista do nosso 1º Presidente Prof.Hamilton


Com a criação do Centro de Memória vamos relembrar algumas histórias do partido. Nessa primeira reportagem sobre o assunto em comemoração aos 88 anos do PCdoB quero trazer uma entrevista de 2003 dada ao Alerta Guarulhos pelo dirigente comunista Prof. Hamilton Felix que foi o 1° Presidente em Guarulhos. O partido devido às resoluções do 10° Congresso e da 9ª Conferência adotava uma nova estratégia e tática para crescer com mais força dentro do proletariado brasileiro. O partido neste ano de 2010 vai completar 32 anos de atividades na cidade de Guarulhos.

A G: Em que data foi sua filiação ao Partido Comunista do Brasil?

Hamilton Felix: Não há uma data precisa, mas devemos considerar dois momentos que foi a entrada no PCdoB ainda na clandestinidade em 1975 e filiação formal, já na legalidade, portanto, entre 1985 e 1986.

A G: De quando foi à data de fundação do partido na cidade?

HF: Não teve fundação propriamente dita, mas o PCdoB na cidade começou suas atividades em torno de 1978. Havia antes apenas um núcleo pequeno de filiados que discutia questões sobre partido, mas não era ainda um diretório.

AG: Você se lembra quais foram às pessoas ligadas a este inicio?

HF: Lembro das pessoas, mas não sei os nomes, porque eu vim pra Guarulhos em 1980.

AG: Qual foi o primeiro dirigente do partido em Guarulhos?

HF: O primeiro a direcionar as reuniões foi o militante Marcos Francisco Alves, ainda não havia uma direção formada.

AG: O senhor foi presidente do partido em que período?

HF: De 1983 a 1993 e de 1996 a maio de 2003

AG: Qual era o numero exato de militantes durante os primeiros anos do partido?

HF: Em torno de 10 filiados

AG: Quais desses filiados continuam militando no partido?

HF: Marcos Francisco Alves, Luiza Cordeiro da Silva, Isaldo Elói da Silva e eu.

AG: Quando foi feito o primeiro movimento de filiações no partido?

HF: Por volta de 1986 e 1988

AG: E nunca pensou em desistir?

HF: Apesar das dificuldades, nunca pensei em desistir

AG: O que fez você se manter firme? Valeu à pena?

HF: Permaneci todo esse tempo no partido por convicção ideológica. Sim, valeu a pena.
Acompanhamos e participamos de todas as lutas e transformações importantes que ocorreram em nosso país, nas duas ultimas décadas. “Toda luta vale a pena, se a alma não é pequena” (Fernando Pessoa).

AG: Para quem não conhece, o partido vem crescendo de forma desenfreada? Ele está fora de controle?

HF: Desde o inicio da década de 90, os dirigentes máximos do nosso partido têm insistido na necessidade de se forjar um partido de massas, aberto aos trabalhadores e ao povo em geral. Essas idéias ganharam força no 10° Congresso e foram reafirmadas com vigor em nossa 9° Conferência realizada em 29 de junho de 2003. O crescimento que ora se verifica deve ser saudado com alegria e entusiasmo. Somente com um grande partido é que podemos atingir nossos objetivos políticos e caminhar no rumo da construção do socialismo que é nosso objetivo maior. Problemas que por ventura apareçam, poderão e deverão ser resolvidos com o debate político interno e com a formação ideológica que nossa organização seja capaz de oferecer.

AG: Hoje possuímos dois vereadores Luiza e Chicão dos Metalúrgicos. Quais são as suas expectativas?

HF: Que continuem fazendo um bom mandato ajudem a fortalecer o partido e que sejam reeleitos na próxima eleição. Esperamos também que nossa chapa eleja outros vereadores.

Comunicação do PCdoB

Antonio Silvan Presidente do Sindquímicos de Guarulhos aponta os desafios dos trabalhadores em 2010


Quais são os desafios que o trabalhador brasileiro terá neste ano?
Trabalhadores e Centrais Sindicais iniciam 2010 unidos pela conquista da redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais. O primeiro e grande objetivo é, sem dúvida, a obtenção desta redução. O segundo desafio é assegurar um ambiente de trabalho sadio, sem acidentes e riscos de doenças. Aliado a isso, visamos melhoria no padrão de vida do trabalhador com acesso ao conhecimento, qualificação profissional que terá como resultado melhorias salariais, proporcionando, assim, o aumento de poder de compra e atendimento as necessidades da família.
Qual a perspectiva perante o cenário político nacional?
O ano é de grande mobilização eleitoral com definição para os cargos a Deputados federal e estadual, Governadores, Senadores e Presidente da República, – devendo haver uma com grande renovação no Senado –, mas nos cargos eletivos como governos do Estado e presidentes, o trabalhador já demonstrou estar consciente quanto ao seu papel e a sua responsabilidade.
Qual a avaliação que você faz deste cenário?
Serão apresentados aos eleitores, dois modelos de administração pública. Um vivido pelo governo FHC e do PSDB e o segundo, o modelo que está sendo consagrado em pesquisa e que comprovam, sem paixão, que o Brasil mudou e isso se reflete no comportamento do eleitor brasileiro que é parte desta mudança. Sabemos que há muito a ser realizado em prol da saúde, segurança e educação, mas também podemos pensar que o país precisa se adequar ao crescimento que estamos atingindo em relação à infraestrutura tanto física, – com estradas, portos, sistemas aéreos de passageiros e cargas, ferrovias e rodovias ¬– , quanto a mão de obra com investimentos na educação e qualificação profissional. E o movimento sindical é parte deste processo.
Em 2009 constatamos – governo, empreendedores, sociedade civil organizada, sindicatos – a grande e importante reação do nosso país à crise mundial, ainda presente em alguns países, mas que graças ao mercado interno conseguiu amenizar em muito o impacto proporcionando a população. E esta conquista foi obtida por medidas de incentivo do governo que fizeram com que a população se mantivesse ativa no mercado de consumo. Também acompanhamos a política de distribuição de renda.
E como manter este ritmo?
O Brasil precisa dar continuidade a este processo de incentivo e viabilizar a criação de novos postos de trabalho e promoção de desenvolvimento econômico.
Qual o papel do movimento sindical neste processo?
Independente de grupos e bandeiras, o movimento sindical, como um todo, continua tendo inteligência para unir força e assegurar aos bilhões de trabalhadores brasileiros importantes conquistas, como reajuste de salário acima da inflação, melhoria dos benefícios por meio de acordos ou Convenção Coletiva de Trabalho. E esta unidade de ação renderá ainda mais frutos ao trabalhador e a sociedade brasileira.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010


Selo Ambiental 2010:

Preparativos para a 7ª edição do evento já começaram. Premiação deve acontecer em junho.

A Comissão Técnica Permanente de Defesa do Meio Ambiente e Qualidade de Vida da Câmara Municipal, na semana passada, iniciou os preparativos para a realização da 7ª edição do Selo Ambiental. O evento premia entidades, projetos e pessoas que em seu meio de atuação contribuem na preservação do Meio Ambiente na cidade. Assim como no ano passado, o evento deve acontecer no mês de junho, no Teatro Adamastor Centro.

Além de incentivar iniciativas ecologicamente corretas, o evento também envolve, durante sua elaboração, um concurso cultural para a escolha do troféu que será entregue aos homenageados. Artistas plásticos e “pessoas criativas” que queiram participar do concurso para a escolha do troféu Selo Ambiental 2010 já podem encaminhar suas propostas para a Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Câmara, - as inscrições vão de 22 de fevereiro a 31 de março.

Com o processo de escolha aberto, os artistas participantes devem se atentar há algumas regras: a arte deve ser inédita e de autoria própria; o autor deve ter relação ativa com Guarulhos; e ser pautado pelo que os organizadores chamam de “3 Rs” – reciclar, reutilizar e reaproveitar.

Em 2009, durante a 6ª edição do prêmio, a Comissão recebeu 29 propostas. Elaborada a partir de embalagens Tetra Park (recicláveis) a obra de Paulo Uemura - “Mãos que sustentam o Planeta” - venceu o concurso e foi distribuída entre os homenageados.

Os interessados podem procurar a Comissão de Meio Ambiente da Câmara, na sede Legislativa, Rua João Gonçalves, 598 – Centro. Mais informações pelos telefones 2440-9913/ 2475-0200 ramal 443.

Por Gutemberg M. Tavares

O CAPOTE
Título original "The Overcoat"
Livremente inspirado na obra de Nikolai Gogol
Inédita no Brasil, a peça destaca performance corporal explosiva e visual cinematográfico. A montagem, do grupo teatral britânico Gecko, é inspirada em texto homônimo do escritor ucraniano Nikolai Gogol.

No conto de Gogol, a história se passa num burocrático escritório em São Petesburgo, no qual Akkaki, um esquisito e pobre escrevente, se vê obrigado a pechinchar e economizar a fim de comprar um necessário capote de inverno. Na montagem, o departamento se transforma num escritório de diversões e aparente labirinto de corredores que representam uma rotina repetitiva. Como pano de fundo, o enredo trata do amor de Akkaki por sua colega de trabalho e seu desejo de fazer tudo para conquistá-la e ascender socialmente.
Encenado pelo grupo britânico Gecko Teatre, o espetáculo envolve uma narrativa em nove idiomas, a qual o público não necessita de tradução para entendê-lo, pois a montagem é extremamente visual e combina luzes, música e movimento corporal, colocando em primeiro plano a expressão física do ator. Para a turnê na América Latina, Lahav convidou dois atores brasileiros, Vinicius Salles, que vive no Reino Unido, para substituí-lo no papel principal; e Rodrigo Matheus (fundador e diretor do Circo Mínimo e co-diretor do CEFAC Centro de Formação Profissional em Artes Circenses).
A peça é cômica e terrível – ao mesmo tempo uma mordaz sátira social, uma fábula moralista e um estudo psicológico.

Informações
Espetáculo O Capote - título original "The Overcoat"
Duração 75 minutos
Tema Amor e ascenção social
Gênero Teatro físico
Local Teatro do SESI – São Paulo - Av. Paulista, 1313 - Metrô Trianon-Masp
Data de 25 de fevereiro a 07 de março de 2010.
Horário Terça-feira a sábado, às 20h
Domingos, às 15h e às 19h
Ingressos Entrada franca de terça a sexta. A distribuição dos ingressos tem início a partir da abertura da bilheteria no dia do espetáculo. Horário de funcionamento da bilheteria: de terça-feira a sábado, das 12h às 20h; domingo, das 11h às 19h. São distribuídos dois ingressos por pessoa. Sábado e domingo, R$ 10,00 e R$ 5,00 (meia-entrada). Vendas na bilheteria do teatro ou pela Ticketmaster (11-2846-6000 - ou www.ticketmaster.com.br). São vendidos dois ingressos por pessoa.
Telefones (11) 3146-7405 / 3146-7406
Agendamento para Grupos (11) 3146-7396 - de segunda-feira a sexta-feira, das 10 às 13h, e das 14 às 17h.

Indicação Etária espetáculo não recomendado para menores de 14 anos. Será permitida a entrada do menor somente acompanhado dos pais ou responsável legal após preenchimento de um termo de autorização.

Zenaide Teles é colaboradora cultural do Blog do PCdoB

sábado, 20 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010


O desafio é falar claro para as amplas massas


Desde a última reunião do Comitê Central, o jornalista e dirigente José Reinaldo Carvalho assume novas funções: ele é o Secretário Nacional de Comunicação do PCdoB e editor do Portal Vermelho. Nesta entrevista ele fala do desafio que consiste em colocar as ferramentas de comunicação do partido a serviço de sua histórica política aglutinadora de frente única, de um jornalismo democrático, popular, patriótico e da propagação articulada da mensagem do Partido e dos aliados.

José Reinaldo: Comunicação tem a responsabilidade de ser porta-voz do Partido
Partido Vivo: Após muitos anos como responsável pelas Relações Internacionais do PCdoB, você está de volta às origens, aos veículos de comunicação do Partido, como secretário de Comunicação e editor responsável pela publicação do portal Vermelho. Qual o significado desse novo momento?
José Reinaldo Carvalho: Pois bem, estou de volta, com entusiasmo, à velha e boa “agitação e propaganda” — como qualificávamos antes o sistema de comunicação dos comunistas. De fato, atuei intensamente nos veículos da imprensa partidária, como diretor e editor d’A Classe Operária, o nosso órgão central, editor da revista Princípios, sob a liderança do camarada João Amazonas, e responsável pela redação e edição de documentos da direção nacional, também sob a inspiração do camarada Amazonas, de quem fui colaborador próximo.

A rigor, nunca me afastei do trabalho de “agitação e propaganda”, pois na condição de secretário de Relações Internacionais foi intensa a minha atividade como redator e conferencista. Foi nessa condição que publiquei inúmeros artigos, ensaios e livros sobre política internacional. De modo que me sinto à vontade e desafiado, compreendendo que hoje são inéditas e maiores as exigências, num patamar que desvenda desafios de nova qualidade.

Eu os assumo com o mais elevado respeito e admiração pelos meus antecessores imediatos, com quem muito aprendemos: os camaradas Pedro Oliveira, Altamiro Borges e Bernardo Jofilly, este último o pioneiro do Vermelho. Mas, como diz o poeta, “com a certeza na frente e a História na mão”, e lembrando como êmulos, além do já citado João Amazonas, outros inesquecíveis camaradas que dirigiram a agitação e propaganda do Partido ou nela atuaram, a exemplo de Maurício Grabois, Carlos Danielli, Pedro Pomar, Rogério Lustosa, entre outras referências.

E deve-se destacar: contando com o coletivo que já atua na área, formado por militantes lúcidos, dedicados e profissionais competentes, empenharei o melhor das energias para corresponder à confiança depositada pelo Partido. O mais importante é que o fio vermelho que vem sendo tecido de há muito continue se movimentando no seu incessante tear.

Partido Vivo: A quais desafios você se refere essencialmente?
JRC: Na sua tessitura fundamental, a Comunicação tem a enorme responsabilidade de ser porta-voz do Partido, de difundir em larga escala, para as amplas massas do nosso povo a sua propositiva mensagem de esperança e luta nas transformações necessárias ao advento de uma nova sociedade, em sintonia com a realidade concreta e sem artificialismos nem tergiversações.
Sem perder a plasticidade nem a amplitude, é necessário transmitir essa mensagem com clareza e frontalidade. Trata-se de, em conjunto com a direção coletiva liderada pelo camarada Renato Rabelo, e em sinergia com todas as áreas da atividade partidária – transmitir de maneira viva e clara as grandes ideias-força que conformam o arcabouço político, ideológico e revolucionário do nosso Partido.

E, bem claro, um arcabouço revolucionário não somente porque repele ideias de acomodação a uma ordem injusta, caduca e opressiva, mas porque somente vê perspectivas de saída para este quadro anacrônico nas transformações necessárias ao bem-estar, prosperidade e inserção altiva, soberana e digna do País e de seu povo numa ordem mundial conflitiva e em processo de rearrumação.

Partido Vivo: Em que consiste a materialização deste pensamento?
JRC: Nisso devemos enfatizar aspectos ideológicos e políticos. O Partido Comunista do Brasil tem uma identidade: trata-se da organização política dos comunistas que luta pelo socialismo no Brasil e no mundo, um partido de classe, das amplas massas trabalhadoras e demais camadas populares que formam o povo brasileiro, que potencialmente reúna a atenção e as esperanças de todo o contingente dos que se encontram em maioria e em contradição antagônica com o sistema capitalista, um partido patriótico e internacionalista, portador e veiculador de uma ideologia e de uma teoria de interpretação e transformação do mundo — o socialismo científico, o marxismo-leninismo, doutrina sempre jovem, com seu método dialético de apreensão e transformação da realidade, em constante renovação, que não se esgota nas formulações dos seus fundadores e se atualiza no prumo revolucionário.

O Partido acaba de aprovar um novo Programa, que sintetiza toda uma linha política e aponta as tarefas da luta patriótica, democrática e popular, pelo socialismo na etapa em curso. E que, com amplitude e flexibilidade, responde às exigências da inserção dos comunistas no leito natural das batalhas políticas da atualidade no Brasil e no mundo.

Partido Vivo: A crise do socialismo no Leste Europeu, ocorrida há 20 anos, não comprometeu a identidade comunista?
JRC: Tanto a noção de Partido Comunista quanto a de ideologia, de um modo genérico, sofrem contestações de toda a ordem. Tornou-se lugar comum a disseminação da equivocada premissa de que, desde então, inexistem esquerda e direita, náufragos de um emergente surto político. Nessa onda de equívocos, o liquidacionismo que campeou no movimento comunista e entre as esquerdas em sentido mais amplo, quando ocorreu a contra-revolução dos anos 1989 – 1991, apregoava o “esgotamento da forma-partido” e o “fim das ideologias”.

Entretanto, a agitação e a propaganda do Partido não devem ser defensivas nem subordinadas quanto ao exame dessas questões. Devemos encetar a luta política e ideológica com clareza e frontalidade, em amplíssima e firme defesa da ideologia partidária e de seu lugar na vida política.

Partido Vivo: Voltando à questão anterior, você se referia a aspectos ideológicos e políticos...
JRC: Pois é. O outro aspecto essencial é a clareza quanto à mensagem política do Partido Comunista. O referido Programa — o Programa Socialista do PCdoB, ao qual designamos “o caminho para o socialismo no Brasil” — aprovado em seu 12º Congresso, em novembro do ano passado, é um instrumento dessa política que afirma um novo tempo de rupturas. Requer a propagação, com o máximo de lucidez, pedagogia e criatividade, das suas ideias: a luta anti-imperialista e antioligárquica; a plataforma em defesa da soberania nacional, denominada Projeto Nacional de Desenvolvimento; e a plataforma de reformas estruturais, em que se encontram sintetizadas, em elevado nível de formulação, as lutas patrióticas, democráticas e sociais do povo brasileiro na atual fase de desenvolvimento da luta pelo socialismo em nosso País. Também aqui há que se ter firmeza, didática, clareza e frontalidade no enfrentamento do dogmatismo, do sectarismo, do liberalismo e do oportunismo, de direita ou “de esquerda”.

Há ainda uma terceira ordem de questões no esforço para vincar as ideias-força que formam o arcabouço político-ideológico do PCdoB, que se relaciona à tática geral e às tarefas políticas centrais da conjuntura. Aqui igualmente não há nem pode haver espaço para titubeios ou tergiversações e a mensagem deve ser a mais cristalina possível. O Partido luta para continuar e aprofundar as mudanças ocorridas em nosso país desde a primeira eleição do presidente Lula, em 2002.
Com opiniões próprias, com diferenciações, mas sem perder o rumo geral, sob a compreensão de que vivemos um momento de transição e de acumulação de forças, o governo Lula desempenha papel progressivo, uma vez que escolheu o lado da nação e do povo e pode ser influenciado pela crescente luta e pressão das massas, que buscam preservá-lo de recuos e vacilações e impulsioná-lo rumo a novos avanços quanto às políticas interna e externa, buscando a ruptura com as políticas macroeconômicas que privilegiam o rentismo em prejuízo do indispensável impulso ao incremento do desenvolvimento nacional com progresso social e valorização do trabalho.

É preciso saber combinar, na agitação e propaganda, tal como na luta política cotidiana, a tática e a estratégia, a intervenção no quadro político conjuntural das forças reunidas nos movimentos patrióticos e populares e o rumo revolucionário. Nessa perspectiva, o Portal Vermelho é um forte elemento aglutinador do movimento unido do povo brasileiro pelas transformações requeridas em nosso País.

Partido Vivo: A comunicação significa hoje um campo de batalha decisivo não só da luta de ideias, mas, sobretudo da luta política, quando a grande mídia transformou-se numa espécie de partido conservador que defende as teses dos setores mais reacionários da sociedade. Como você encara o papel que os comunistas e sua mídia podem desempenhar nessa batalha?
JRC: Entre os patriotas de relevante vulto no panteão dos brasileiros notáveis por sua inabalável firmeza, o saudoso Leonel Brizola dizia, muito antes da contra-revolução de 1989, que a grande mídia era “o partido único das classes dominantes”. Esse comitê de algumas famílias conservadoras submerso em graves contradições é hoje a principal arma de difusão do pensamento, das opiniões e da linha política do imperialismo e das classes dominantes — ainda aferradas ao monopólio da propriedade territorial, entre outros obstáculos ao pleno desenvolvimento das nossas potencialidades produtivas, atribuindo, por exemplo ao MST as mazelas de uma chocante realidade.

Os grandes meios de comunicação são os arautos do conservadorismo, do neoliberalismo, do militarismo e do belicismo das forças que se encontram no centro hegemônico do poder no mundo contemporâneo. Nesse sentido são cúmplices dos crimes que tais forças cometem, a exemplo dos genocídios na ex-Iugoslávia, no Iraque, no Líbano, na Palestina, no Afeganistão e nos quatro cantos do mundo. O incremento dessa política belicista e de agressão aos povos, monitorada pelos “falcões” do imperialismo, mobiliza imensos recursos financeiros e técnicos e corrompe grande número de porta-vozes por toda parte.

No paroxismo dessa missão, essa mídia mente, calunia, difama, deforma, tergiversa, desinforma e, conforme o caso e de acordo com suas possibilidades, investe contra os regimes democráticos e os movimentos sociais. Por isso foi “batizada” como PIG (Partido da Imprensa Golpista), expressão largamente divulgada pelo brilhante jornalista Paulo Henrique Amorim.

A mídia do nosso Partido, e de outras forças de esquerda no Brasil e no mundo, conta com poucos recursos financeiros, técnicos e profissionais. No entanto dispõe, como já assinalei, das imensas perspectivas contidas na crescente democratização das informações em sua missão fundamental de falar às amplas massas, com clareza e veracidade.

Partido Vivo: Que perspectivas você vê para os veículos de comunicação do Partido e para a Classe Operária que, nos últimos anos, foi motivo de muito debate e experiências, e passou por mudanças significativas... E o Portal Vermelho?
JRC: As mais amplas, saudáveis e promissoras possibilidades, desde que saibamos basear-nos e conduzir-nos fundamentalmente na justa, correta e dialética linha política de frente única do Partido, na força das suas ideias e da nossa militância orgânica e dos seus quadros, na nossa capacidade de mobilizar amigos e aliados. Da habilidade quanto ao uso dos meios disponíveis, ao nosso alcance. Ao longo da história, nossa imprensa passou por diferentes fases.

O órgão central do Partido, que no próximo Primeiro de Maio completará 85 anos, permanece vivo e atuante, depois de ter enfrentado a repressão e a vida clandestina, além das imensas dificuldades materiais. Trata-se de superar suas dificuldades e fazê-lo adquirir uma vitalidade compatível com os desafios contemporâneos postos para a comunicação orgânica e de massas dos comunistas. Seu papel repõe como nosso dever o de indicar com precisão e justeza qual o lugar que deve ocupar na vida partidária e no trabalho de comunicação na época atual.

Desde logo dizemos: não estamos plenamente satisfeitos, pois a Classe pode significar mais e oferecer mais ao Partido e ser melhor utilizada pelos comunistas. Temos o desafio também de penetrar com maior eficiência, eficácia e impacto, mediante a nossa influência, da nossa militância às nossas lideranças e autoridades investidas na estrutura pública, nos grandes meios de comunicação de massas, assim como nos meios alternativos das rádios e tevês comunitárias. Além disso, devemos qualificar a nossa presença no horário político gratuito, ao qual temos direito pelo menos duas vezes por ano.

O Vermelho é uma arma poderosíssima, que se encontra ao nosso alcance e de uma base progressivamente mais extensa de comunistas que têm acesso aos produtos da revolução tecnológica – que hoje incorpora crescentes setores da sociedade, dos estudantes ao povo trabalhador, passando pela intelectualidade e seus formadores de opinião. O portal Vermelho soube desde o início beneficiar-se dessa revolução tecnológica, que apresenta como um de seus mais importantes produtos, na área da comunicação, a internet.

Aqui também não devemos ser auto-indulgentes; não nos darmos por satisfeitos e exigirmo-nos mais. Os comunistas devem apropriar-se cada vez mais das ferramentas que tal revolução enseja, instruir-se e qualificar-se ao máximo no seu uso, sem perder a perspectiva do jornalismo militante e vivo, disponibilizando tais ferramentas a serviço do jornalismo democrático, popular, patriótico, enfim da difusão da mensagem do Partido e dos aliados.

O Vermelho — nele compreendidos a Rádio e a TV Vermelho, o Partido Vivo e os cadernos estaduais — deve gerar cada vez mais conteúdos próprios, tornando sempre nítida a nossa mensagem política e ideológica, com vivacidade, dinamismo e elevado nível estético. Para termos êxito, devemos esforçar-nos para dominar plenamente e usar ilimitadamente as possibilidades da internet.

Aí se absorve a ubiquidade, a instantaneidade, a interatividade, a conectividade social, os chamados hiper-textos e hiper-links, os recursos multimídia e o relacionamento com a produção independente e alternativa. Esta hoje se expressa através da imensa rede de blogues, mini-blogues, páginas, portais etc., seus protagonistas e sua audiência, atraindo-os para as nossas relações políticas de afinidade e unidade quanto às transformações políticas e sociais.

Partido Vivo: Que interfaces há entre os veículos de comunicação do Partido e a área internacional?
JRC: Há interfaces plenas desses veículos não apenas com todas as áreas de atuação do Partido, mas com intensa ênfase na nossa política voltada para o movimento comunista e anti-imperialista mundial. Nossa mensagem é internacionalista e deve ser difundida com essa ampla e diversificada feição, de acordo com o conteúdo que se apresenta inclusive em nossas sucessivas participações nos congressos, encontros e seminários de partidos comunistas, de movimentos anti-imperialistas, de organizações de massas e no Fórum Social Mundial.

É grandiosa a dimensão da luta política internacional, as políticas do imperialismo estão presentes em toda a parte, as crises e os conflitos mundiais são cada vez mais agudos, de modo que a divulgação de informações, análises e opiniões nesse domínio deve continuar como um dos aspectos mais importantes do trabalho de comunicação do Partido.

Há uma imensa rede de portais, páginas e blogues internacionais que se inserem nesse amplíssimo relacionamento, desde os que são confeccionados pelos partidos comunistas e outras forças antiimperialistas, neles incluídos os movimentos e organizações sociais. Vamos tornar mais aconchegantes nossos vínculos com todo esse diversificado espectro.

Partido Vivo: Quais as tarefas mais imediatas da Secretaria de Comunicação do PCdoB?
JRC: A primeira medida da Direção partidária na área da comunicação é a edição inicial de um milhão de exemplares do Programa aprovado no 12º Congresso. Outras reimpressões serão necessárias ao longo do ano de 2010. Simultaneamente, já estamos viabilizando medidas para produzir, com nova qualidade, o programa de rádio e TV de 10 minutos e as inserções do horário gratuito que irão ao ar no dia 22 de abril.

No plano editorial, depois de uma avaliação interna e externa, serão apresentadas medidas para aperfeiçoar os métodos de trabalho e enriquecer o conteúdo e a estética do Vermelho. No plano da mobilização partidária, convocamos para os dias 27 e 28 de fevereiro a reunião do grande coletivo da Comunicação, quando faremos o planejamento.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010


Uma cura para o pensamento mecanizado é a cultura. (comentário de Francisco Folco)
Por Zenaide Teles


O educador Antonion Barreto, um dos maiores cordelistas da Bahia acaba de retornar ao Brasil mais afiado do que nunca.

Com seu humor peculiar, não ficaria omisso diante do anacrônico BBB-10 da TV Globo.
Nada tenho contra este tipo de programa.
Fico indignado sim é com o omissão de alguns educadores, principalmete os líderes que podem modificar a educação no país. Criticam mas não oferecem uma saída mais salutar.
Apreciem e depois apresentem em sala de aula, como andam fazendo alguns professores Peça para que os alunos debatam o cordel. É uma forma de se fazer alguma coisa. São 25 septilhas - estrofes de sete versos - que a gente lê com muito prazer.
Bom proveito a todos nessa leitura.

Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.

Há muito tempo não vejo
Um programa tão ‘fuleiro’
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.

Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, ‘zé-ninguém’
Um escravo da ilusão.

Em frente à televisão
Lá está toda a família
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme ‘armadilha’.

Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.

O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.

Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.

Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.

Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Dar muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.

Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério – não banal.

Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.

A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os “heróis” protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.

Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.

Talvez haja objetivo
“professor”, Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.

Isso é um desserviço
Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.

É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos “belos” na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.

Se a intenção da Globo
É de nos “emburrecer”
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.

A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.

E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.

E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.

E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.

A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.

Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.

Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?

Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal…
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal…

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010


Comitê Municipal de Guarulhos realiza Curso de Formação
O objetivo é fortalecer e preparar a militância, de modo que suas intervenções nas lutas sejam embasadas teoricamente. Iniciado na segunda-feira, 08, este primeiro curso está dividido em três partes.


Na primeira aula, a Secretária de Formação Adélia Marcondes, responsável pela aplicação do conteúdo, fez uma construção histórica da evolução humana: do macaco ao homem que conhecemos hoje.

Na seqüência, discorreu sobre os modos de produção na sociedade primitiva, caracterizado pela cooperação e não produção de excedente. Continuando, explicou o modo de produção Feudal, período no qual não havia mobilidade social e os trabalhadores viviam presos a terra, servindo a um “senhor feudal”.

Explicados os períodos mais longínquos, Adélia detalhou a passagem do período Feudal para o Estado Burguês e a influência da Revolução Francesa, ocorrida em 1789, para o estabelecimento do capitalismo, onde surgiu o trabalho alienado e remunerado. “Passando por várias fases, a característica central do modo de produção capitalista é o trabalho não pago, de onde se extrai a mais-valia”, trecho retirado do material entregue aos alunos.

O modo de produção socialista abrirá a segunda aula do curso, marcada para o próximo dia 22 de fevereiro, no entanto, mesmo sem subsídios para um contraponto, os alunos tomaram ciência das contradições existentes no sistema capitalista. “Deu para perceber que se agirmos coletivamente poderemos melhorar nossa realidade”, disse Maria Luiza, 41 anos, que pela primeira vez tomou contato com ideias socialistas.

Ainda durante a primeira aula, foram distribuídos para os alunos envelopes com o material didático do curso, do qual constam clássicos como o Manifesto Comunista, escrito em por Karl Marx e Friedrich Engels, e o ensaio “Sobre o Papel do Trabalho na Transformação do Homem em Macaco” cujo autor é Engels. Textos sobre a Comuna de Paris e os Modos de Produção Primitivo, Feudal e Capitalista também constam do material.

Assim como a Secretaria de Formação, a de Organização também está coordenando o curso iniciado esta semana. Segundo Márcio Lopes, Secretário de Organização, no planejamento do Comitê Municipal de Guarulhos para 2010 estão previstos a realização de diversos outros cursos. “Quem não se forma se deforma. Precisamos fortalecer cada vez mais nossa militância”, enfatizou Marcio Lopes.

Por Gutemberg M. Tavares - Secretaria de Comunicação PC do B Guarulhos.


UJS Guarulhos realiza plenária e convoca congresso municipal

Lideranças juvenis guarulhenses reuniram-se no último dia 23, na sede do Sindicato dos Químicos para debater a situação dos jovens da cidade, o planejamento da UJS e as eleições de 2010.


Nossa vitória não será por acidente!
Com um trecho da música do grupo Planet Hemp, os jovens socialistas debateram a importância da eleição que ocorrerá esse ano e a participação da juventude no pleito, além disso convocaram o Congresso da UJS Guarulhos em abril desse ano.

“Essa plenária avança a nossa compreensão sobre o projeto e também sobre o método com a aproximação de novas lideranças estudantis, artistas, “rappers” e principalmente jovens trabalhadores.O tema da plenária foi liberdade de expressão e não foi a toa.,primeiro temos que mandar como a juventude entende, depois eles vão sacar” disse Ricardo Lee Oshiro, presidente da UJS Guarulhos.

“Estamos há muito tempo acumulando para essas eleições, que em nossa avaliação será plebiscitária. Haverá dois projetos em disputa e agora é a hora de reafirmar o projeto que atende aos interesses da juventude” disse Sábatha Fernandes, presidente da União Guarulhense dos Estudantes Secundaristas.

Para Duílio, diretor de organização da UJS,“nossa organização tem que estar a serviço do projeto de país que a nossa geração quer e tem o compromisso de construir, por isso temos convicção que o Brasil não pode retroceder nas mudanças que estão acontecendo para a juventude”, disse o jovem socialista.

De Guarulhos, Preto Luis.
Secretário de Comunicação
UJS Guarulhos


Comunistas de Guarulhos após criar um coletivo de cultura, agora se prepara para o seu primeiro seminário

O primeiro embrião para realizar atividades culturais do partido em nossa cidade foi com o movimento cultural Noites Vermelhas, após algumas atividades, foi criado um organismo de base(Núcleo Popular de Cultura) específico tendo a frente Ricardo Lee e membros como Auriel Filho, Alexandre Berne, Francis Fernanda, Pamela Fernandes, Marcio Alan dos Anjos e Walter Lima.
O organismo representou o partido na conferência municipal de cultura e na audiência pública do orçamento destinado a pasta no final de 2009 e em vários encontros sobre culturas de rua como; Hip Hop, grafite, poesia marginal e teatro. Alias o coletivo de cultura foi o único a discutir com o Secretário de Cultura, Helio Arantes que as ações da pasta estavam equivocadas e que precisavam de mudanças, porque o caráter que se via era uma política voltada para o entretenimento e não para o fomento de ações culturais.

Criação partiu da idéia que o partido precisava de um organismo estratégico que tratasse especificamente dessa área, principalmente pela a importância de se discutir a cultura nacional que vem ganhando novos contornos, principalmente nas periferias de todo o país. O coletivo é um organismo de formulação e ação política, cuja missão é ser um espaço de militância dos comunistas da cultura.
Na cidade de Guarulhos o coletivo vem discutindo com os agentes culturais e artistas novos caminhos de ação, fomento da cultural, orçamento e propostas que visem preservar a memória e o patrimônio Histórico.

Nesse sentido, o coletivo programou a realização de um seminário municipal, em abril, para discutir propostas e criar um documento sobre o que os comunistas da cidade pensam e defendem para a nossa cultura.

Auriel Filho
Secretário de Comunicação

Luiza participa de debate sobre enchentes

Idealizado pelos vereadores Jamil Murad e Netinho de Paula, ambos do PC do B, evento aconteceu na Câmara Municipal de São Paulo

Com a temática “Enchentes: causas e soluções” a Câmara Municipal de São Paulo foi palco, ontem, dia 10, de um debate organizado pelos vereadores comunistas Jamil Murad e Netinho de Paula. Além dos parlamentares, compuseram a mesa: Odete Seabra, Mestra do Departamento de Geografia da USP; Delmar Mates, Geólogo; Murilo Celso de Campos, Presidente do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo e Sérgio Gonçalves, Secretario Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades. Luiza Cordeiro acompanhou o evento.
Representando o governo Federal Sérgio Gonçalves informou que por meio do “PAC Saneamento”, somente o estado de São Paulo receberá R$ 8 bilhões que deverão ser investidos em drenagem e por tanto, contribuir na solução para as enchentes, em especial na região metropolitana na qual está incluso o município de Guarulhos.
Luiza Cordeiro, em sua intervenção, dividiu com os colegas de São Paulo os problemas que vêm acontecendo em Guarulhos, principalmente a situação das famílias que moram no bairro Cidade Satélite, as margens do Rio Baquirivu. Ainda durante sua fala, Luiza reforçou a ideia de se formar um grupo de trabalho que envolva representantes de todas as cidades da região metropolitana, para tratar sobre a questão.
Uma das soluções para o problema das enchentes - há longo prazo -, sugeridas durante o debate, foi a de que os municípios concedam incentivos fiscais aos cidadãos que utilizem materiais e projetos sustentáveis na construção de suas moradias.
Na Câmara de Guarulhos o projeto IPTU Verde, cuja autora é Luiza Cordeiro, está esperando para ser votado. Caso seja aprovado, o munícipe que ao construir sua casa utilizar técnicas e materiais ecologicamente corretos deverá receber descontos no IPTU.
Ainda durante o debate, Luiza lembrou que obras retificadoras na montante do Rio Baquirivu em Arujá, contribuem para a ocorrência e o agravamento das enchentes em Guarulhos. “O governo estadual age com irresponsabilidade ao financiar a canalização do rio Baquirivu em sua montante em Arujá”, disse.

Comunicação -PCdoB

Sindiquímicos e CNTQ repudiam declaração de Luiz Roberto Barradas, secretário estadual da Saúde

O Sindicato dos Químicos de Guarulhos e região – Sindiquímicos e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico – CNTQ, entidades representada por seu presidente Antonio Silvan Oliveira, manifestam seu repúdio pela declaração desrespeitosa do Sr. Luiz Roberto Barradas, secretário estadual da Saúde, em evento de anúncio de pesquisa realizada pela Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon-SP) em que comparou o mercado de medicamentos com o de armas e com o narcotráfico.
Segundo Silvan a declaração do secretário é no mínimo “infeliz”, pois ele não só agrediu as indústrias farmacêuticas como, também, os trabalhadores do segmento, que a integram, quando tratou de forma destemperada o tema, comparando uma atividade lícita e rentável com uma atividade ilícita e criminosa. “Não tem comparação e faz parte de uma política discriminatória”.

Silvan lembra que o secretário do governo é responsável pelo programa Dose Certa e pela Fundação para o Remédio Popular – FURP, laboratório farmacêutico vinculado à sua pasta. “Imagina um secretário que tem grande visibilidade no cenário político nacional e que pode ser nomeado, a qualquer momento, Ministro da Saúde, adotar nacionalmente a política de saúde que vem sendo praticada em São Paulo. No mínimo seria um péssimo exemplo”, considera.
Silvan reafirma que existem duas situações díspares quanto ao acesso aos medicamentos. Na primeira, ele considera que um trabalhador que recebe um salário acima do mínimo e possui um plano de assistência de saúde, conquistado pelo Sindicato profissional, mas sem condições de comprar o medicamento, recorre ao Sistema Único de Saúde – SUS e ao programa Dose Certa mas não consegue o medicamento por possuir uma receita “particular”. E na segunda, o trabalhador que recebe, em média R$ 4 mil reais, e que por alguma questão consegue uma receita do SUS obtém o acesso ao medicamento com grande facilidade.

Quanto a diferenciação do preço dos medicamentos que chega a 1.415%, Silvan diz que a solução para esta prática pode ser objeto de uma ampla discussão entre laboratórios, grandes redes de distribuição. “É preciso que se discuta a carga tributária e o preço final para que chegue a um consenso que atenda a população. E para isso, as entidades se dispõem a discussão”, diz.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Seminário debate Ciência e Tecnologia
Evento realizado pela Fundação Maurício Grabois reuniu catedráticos, estudantes, militantes e lideranças do PC do B.


Ressaltando o quanto é importante para o Brasil evoluir cientificamente, dominar novas tecnologias e intensificar inovações neste seguimento – sempre de forma sustentável -, Adalberto Monteiro, presidente da fundação que leva o nome de um dos maiores lideres Comunistas que o Brasil já teve Maurício Grabois, abriu o seminário “Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Nacional: Perspectivas para a 4º Conferência de CT&I”. Realizado pela Fundação Maurício Grabois, na sexta-feira, dia 5, o evento reuniu mais de 100 pessoas. Entre os presentes estavam acadêmicos, estudantes, pesquisadores, políticos e lideranças do PC do B.

Após a fala de Monteiro, quem deu seqüência ao debate foi o presidente nacional do PC do B Renato Rabelo que ressaltou a ligação entre ciência, tecnologia e inovação, com o novo projeto nacional de desenvolvimento, defendido pelo Partido Comunista do Brasil. Ainda durante sua fala Rabelo defendeu a nacionalidade da CT&I. “A ciência e a tecnologia, enquanto manifestações humanas, não podem ser encaradas como algo sem nacionalidade; afinal, não têm caráter espontâneo. Elas surgem onde há condições para isso, onde há estímulo para seu desenvolvimento”, argumentou Rabelo.

Quem esteve presente no auditório onde se passou o Seminário, ou o assistiu ao vivo via Portal Vermelho obteve informações importantes sobre o que está se passando no setor de CT&I, no Brasil. Apesar de a maioria dos especialistas verem entre a política econômica do governo Lula e a política de nacional de CT&I diversas contradições, alguns dados apresentados demonstram que no atual governo os investimentos nesta área bateram recordes. No ano passado, 2009, foram investidos cerca de R$ 5,6 bilhões. Em 2010, previsões apontam que o valor de investimento no setor irá ultrapassar os R$ 7,2 bilhões. Outros dados apontam que o Brasil está entre as 15 nações que mais investem em Ciência, Tecnologia e Inovação; forma 10 mil doutores por ano; têm 150 mil pesquisadores ativos; produz 2,1% do conhecimento científico e tecnológico do mundo; e tem empresas lideres no setor como a Embraer, que entre as fabricantes de aviões para até 100 passageiros, é a líder mundial.

Dados preocupantes também foram expostos. Temos poucos estudantes universitários que optam por cursos científicos, tecnológicos etc. “69% preferem estudar humanas ou sociais”, disse Carlos Aragão presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Aragão ainda defendeu que na 4º Conferência Nacional de CT&I, a realizar-se em maio deste ano, em Brasília, os debates abordem questões como: “a libertação do Brasil no tangente a dependência tecnológica - cientifica; e, da condição de produtor de produtos primários.”

Darc Costa, ex-vice-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi um dos palestrantes. Em sua fala não poupou criticas a política econômica empregada pelo atual governo. “É preciso encarar a economia como meio e não como um fim. O projeto de nação deve ser definido através da política e a economia deve estar submetida a ela. O governo Lula tem projeto, mas a economia ainda não serve a ele porque o modelo ainda é servil”, disse.

Na seqüência, Darc defendeu uma maior participação do Estado, seja na economia como no setor de CT&I. Lembrando o surgimento da internet, disse que “nos últimos 150 anos, a maior parte das principais inovações no mundo tiveram origem em políticas de Estados nacionais; é importante salientar inclusive que por trás de muitas das inovações do setor privado está à atuação do Estado.”

Encerrando, o ex-vice-presidente lembrou a condição inadequada na qual os alunos do ensino básico iniciam sua vida acadêmica. Para concluir disse: “precisamos criar um projeto de CT&I que não privilegie a lógica da acumulação porque esta leva à sociedade do consumo que, no final, acaba sempre esmagando o homem. Na forma atual, a ciência e a tecnologia não servem aos homens; os homens é que servem a elas”, criticou.

Outros dois especialistas, professor Luis Martins, da UFRJ e Luis Fernandes, presidente da Financiadora de Estudos e Projetos também discorreram na palestra e contribuíram para o bom andamento do debate.


Por Gutemberg M. Tavares – Secretaria de Comunicação PC do B Guarulhos

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010


Alexandre Santini é o comparsa de hoje no conversa.com. Ele atuou na UJS e hoje integra a coordenação do coletivo de cultura do PCdoB. Mas suas principais credenciais não são essas. Dramaturgo e diretor de teatro, é um sujeito brilhante, criativo, cativante. Ele está desenvolvendo, junto aos companheiros do CUCA da UNE de todo o país, o projeto de um espetáculo teatral com o título provisório CUCA Conta o CPC da UNE. O título é uma citação e homenagem antropofágica ao ciclo de espetáculos musicais do Teatro de Arena de SP iniciado em 1965 com Arena Conta Zumbi, depois Arena Conta Tiradentes e que chegou ao auge com Arena Conta Bolívar, em 1969/70. Tratava-se de espetáculos musicais, altamente elaborados, que mesclavam a forma épica e a dramática, e representam uma linha de continuidade e avanço das propostas dramatúrgicas do CPC.

Deixemos a palavra com ele, que me disse, carinhosamente, que se sentiu como se fossemos ambos personagens de Rasga Coração. Quero dizer que aprendi muito com a entrevista e recordei dos tempos de teatro estudantil onde iniciei minha vida política.

Alexandre, como é a peça, como surgiu a ideia e quem a escreveu?

Entre 2008 e 2009 fui coordenador geral do CUCA da UNE e sempre persegui o objetivo de consolidar o CUCA como um espaço de produção e criação artística, que reunisse estudantes, artistas e fazedores culturais com o objetivo de pesquisar uma linguagem artística mais próxima das características e das necessidades da cultura do povo brasileiro. Ao encerrar minha gestão no final do ano passado, livre das responsabilidades da coordenação geral, pensei que a melhor contribuição a oferecer ao CUCA neste momento seria como artista, através do meu ofício teatral. Conversei com alguns parceiros do CUCA, que são colegas de teatro, propondo que fizéssemos uma pesquisa, uma releitura, um mergulho profundo numa das mais importantes experiências da vida cultural brasileira, com a qual o CUCA tem uma filiação histórica direta: o Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE. Do interesse comum neste diálogo entre as experiências do CUCA e do CPC surge a proposta deste espetáculo teatral, intitulado CUCA conta CPC da UNE. E o método de trabalho é ousado: todo o processo de criação do espetáculo vem sendo desenvolvido em rede nacional, com ensaios presenciais de um núcleo gerador reunido no Rio de Janeiro, e um intenso trabalho virtual através de ferramentas da internet, reunindo artistas de pelo menos oito estados. Ou seja, fazendo também “ensaios virtuais” e construindo a dramaturgia a partir de um processo colaborativo nacional. Tem sido uma experiência muito interessante e enriquecedora, na forma e no conteúdo.

Parece que tem a forma de um auto. É isso mesmo?

Sim, os autos são uma forma espetacular existente desde a Idade Média, cujas características fundamentais estão presentes em diversas manifestações de teatro popular ao longo da história. Diversas formas espetaculares, desde as peças de Shakespeare até os desfiles de escolas de samba, se utilizam de estruturas cênicas e narrativas bastante próximas aos autos. Os autos são uma forma ao mesmo tempo épica e dramática de contar histórias, seja de um indivíduo, de um povo, de um mito, lançando mão de todos os recursos cênicos possíveis: versos, narrativas, música, imagens… O tema, ou enredo, é o que dá unidade a tudo isso. É uma forma de espetáculo com grande poder de comunicação e fácil compreensão. O próprio CPC lançou mão dessa forma de espetáculo, com o Auto dos Noventa e Nove Por Cento, escrito por vários autores, entre os quais Vianninha, Armando Costa, Carlos Estevam Martins, Cecil Thiré, e até o Marco Aurélio Garcia, hoje assessor internacional da Presidência da República, que na época era do núcleo de dramaturgos do CPC. Esta peça talvez tenha sido uma das experiências mais interessantes da dramaturgia do CPC, justamente porque sua estrutura possibilitava uma facilidade de comunicação imediata, sem necessidade de reducionismos, mensagem diretiva. O Auto dos Noventa e Nove Por Cento é um texto irônico, engraçado, que consegue ser crítico e didático sem perder o bom humor, é popular no melhor sentido do termo. Será muito bom se conseguirmos trazer esse clima para a encenação de CUCA conta CPC da UNE.

Como ela se inscreve no panorama teatral brasileiro contemporâneo?

A historiografia do teatro brasileiro não dá o devido valor e importância à experiência teatral do CPC, e há um forte cunho político e ideológico nesse aparente “esquecimento”. Há, entre os historiadores de teatro no Brasil, uma tendência a certa condescendência do tipo “ah, o CPC fazia um teatro de mensagem, generoso, mas panfletário, sem preocupações estéticas e formais”. E isso absolutamente não é verdade, há desconhecimento ou má-fé neste tipo de afirmação. Só para ter uma ideia, a primeira vez que as formulações de Bertolt Brecht sobre o teatro épico tiveram uma efetiva aplicação de maneira original no Brasil, foi justamente nos textos e encenações do CPC. Brecht falava dos efeitos de distanciamento, de crítica social, de utilização de formas e estruturas populares, de narrativa anti-ilusionista no teatro, e alguns desses pressupostos só chegaram a nossa cena teatral a partir do CPC, e influenciaram decisivamente os movimentos posteriores do teatro brasileiro, como as experiências dos grupos Arena, Opinião, Oficina etc.
Neste sentido, há nesse espetáculo sobre o CPC uma ambição de lançar luzes sobre o lugar e a dimensão desta experiência no panorama do teatro brasileiro, dando ao teatro desenvolvido pelo CPC seu devido valor e reconhecimento. E o CUCA, por sua origem e filiação direta a esta experiência, talvez seja o coletivo que atualmente reúna as melhores condições para uma empreitada desse tipo.

Quando estreia? Como se viabilizou a produção?

A ideia é estrear no final de março em Fortaleza (CE), na mostra artística da TEIA 2010 – Encontro Nacional dos Pontos de Cultura. Neste evento estarão presentes artistas e representantes de grupos culturais de todo o país, um público altamente qualificado e com quem temos o maior interesse em dialogar. Paralelo a isso, vamos formatar um projeto para captação de recursos, inscrevendo em editais, leis de incentivo e outros, para que o espetáculo possa se viabilizar e circular nacionalmente. A peça reunirá artistas de todo país, portanto o principal desafio, em termos de produção, será viabilizar o deslocamento e a circulação da equipe pelo Brasil afora. Mas até isso tem a ver com o espírito do CPC, com as caravanas da UNE Volante, e certamente o espetáculo irá se construindo e se aprimorando no transcorrer das apresentações.

Por outro lado, não estaremos reféns de certas exigências mercadológicas que oneram os orçamentos das produções de teatro comercial: salários “de mercado”, gastos exorbitantes com divulgação, assessoria de imprensa, aluguel de salas etc. Uma das principais inovações do CPC foi justamente em relação aos meios de produção: ao se aliar e obter o apoio do movimento estudantil e dos movimentos sociais, o CPC encontrou alternativas de suporte financeiro e logístico diferentes e criativas em relação ao teatro comercial da época, o que proporcionou mobilidade e agilidade na circulação de suas produções culturais. Marxistas que somos, acreditamos que a escolha dos meios de produção influenciará decisivamente a forma e o sentido do produto. Este é mais um dos legados do CPC que buscaremos recuperar para aprimorar e desenvolver, e, quem sabe, estaremos formulando também um novo modelo de produção teatral para o Brasil de hoje, um software livre para se fazer teatro, uma alternativa simples e eficiente aos rigorosos e inacessíveis padrões éticos, estéticos e econômicos do mercado cultural.

Dramaturgia e música: tudo a ver no Brasil?

Tudo a ver. A musicalidade do povo brasileiro é um fator definitivo da nossa cultura e identidade nacional, e no caso do teatro não é diferente. A presença da música na cena teatral brasileira é riquíssima. Desde o século XIX a partir das revistas e operetas de Artur Azevedo e França Junior, os espetáculos musicais ocupam lugar de destaque na nossa dramaturgia. Compositores como Chiquinha Gonzaga foram lançados e se tornaram populares através do teatro. O teatro de revista das duas primeiras décadas do século XX deu lastro a uma importante tradição de teatro musical brasileiro, que influenciou, por exemplo, o formato dos programas que popularizaram o rádio enquanto veículo de comunicação de massa no Brasil, bem como o nascimento da indústria cinematográfica, com as Chanchadas da Atlântida. Nos anos 60, com o resgate do samba dos morros cariocas e a crescente politização dos meios artísticos em um período de endurecimento político e polarização ideológica, retomou-se a criação de espetáculos musicais com características brasileiras, do qual o exemplo mais emblemático é o Show Opinião, de 1965, considerado por muitos a primeira “resposta” do setor cultural ao golpe militar ocorrido no ano anterior. A partir do Opinião inicia-se um novo ciclo para espetáculos musicais no Brasil, que conseguiram aliar qualidade estética com apelo popular e obtiveram grande sucesso junto ao público e à crítica especializada.
No entanto, a partir dos anos 1980, os espetáculos musicais vão se distanciando desta tradição e o modelo que passa a imperar é uma transposição do formato dos musicais da Broadway, alguns com boa realização cênica, outros arremedos grosseiros, mas que padecem igualmente de certo acanhamento e visível falta de originalidade em relação ao produzido originalmente na metrópole. Mas há no teatro brasileiro uma vocação irresistível para o espetáculo musical, que está longe de ser aproveitada como deveria em nosso panorama teatral.


Você recupera duas tradições valiosas: a do Teatro de Arena e a do CPC. Fale um pouco sobre isso.

O Teatro de Arena e o CPC são experiências irmãs, que representam um divisor de águas na história do teatro brasileiro. Ambas têm a mesma origem, que foi a criação em meados da década de 1950 do Teatro Paulista do Estudante (TPE), por um grupo de secundaristas ligados a UPES (e ao Partido Comunista) que reunia os adolescentes Oduvaldo Vianna Filho, Gianfrancesco Guarnieri e Vera Gertel. Posteriormente, este grupo se associa ao diretor José Renato que havia fundado alguns anos antes um Teatro de Arena na Rua Teodoro Bayma, em São Paulo. A este grupo se junta Augusto Boal, que em 1958 assume a direção do grupo e decide encenar uma peça escrita por um de seus jovens atores, Gianfrancesco Guarnieri. Eles não usam Black Tie lança as bases para uma nova linguagem teatral no Brasil, um teatro moderno de características nacionais e populares. Posteriormente, Vianninha se afasta do Teatro de Arena e segue para o Rio de Janeiro, onde toma contato com o meio artístico e universitário efervescente da época, e este encontro culmina na criação do CPC, que teve em Vianninha um de seus principais expoentes e formuladores. Nunca é demais ressaltar na trajetória destes artistas o fato de que eram muitos deles quadros destacados do Partido Comunista, e suas formulações artísticas e teóricas sofreram influência desta ligação, assim como influenciaram fortemente a ação e a inserção do partido na vida cultural brasileira neste período histórico.

Um dos meus gratos amigos foi Gianfrancesco Guarnieri, a quem muito admiro (acho sua obra indevidamente avaliada todavia). Hoje me restou a grata amizade de Vânya Sant’Anna, sua companheira. O que ele representa a seu modo de ver?

O reconhecimento da contribuição imensa e genial de Gianfrancesco Guarnieri para a história da dramaturgia brasileira ainda está, infelizmente, como “Um Grito Parado no Ar”, expressão que dá nome a uma de suas melhores peças.
Eles não usam Black Tie foi a primeira peça teatral brasileira que colocou como protagonista um trabalhador, que retratou a vida da classe operária que se consolidava no país, que tratou de um tema político como a greve e que trouxe as questões sociais para o centro do drama. A obra de Guarnieri abre um caminho em nossa cena teatral que influencia toda uma geração de dramaturgos, desde Dias Gomes e Janete Clair, até os autores de telenovelas mais interessantes de hoje, como Aguinaldo Silva e Gilberto Braga. Além de tudo, era um excelente ator e um homem que foi, durante toda a sua vida, extremamente coerente e comprometido com os ideais e valores que inspiraram sua trajetória artística.
Velho e novo, Teatro de Arena – CPC, agora CUCA. O auto como forma teatral e a dramaturgia moderna. Uma das coisas que me marcaram na juventude foi Rasga Coração, do Vianninha, e lá tem uma passagem exatamente sobre o valor do velho e do novo, o conflito, mas a interação indeclinável entre ambos. Foi num momento mágico para o Brasil, final dos anos 50 e início dos 60, o país “bombava”. Hoje, em outro contexto e condições, o Brasil também está diante de novas potencialidades.

Isso se reflete na sua geração, na sua obra como artista?

Não é por acaso que, justamente neste momento que o Brasil está vivendo, estamos nos lançando nesta experiência de dialogar com a produção artística e cultural do período do CPC. Naquele momento havia, como creio que começa a surgir hoje, um sentimento de que o Brasil estava diante de uma possibilidade de desenvolvimento pleno, de avanço, de um salto histórico, como o que estamos vivendo agora. Evidente que havia, assim como há hoje, forças contrárias e reacionárias, toda uma propaganda ideológica conservadora, mas naquele momento setores importantes na vida cultural e na luta de ideias se posicionaram ao lado das forças progressistas e transformadoras. E creio que deste diálogo entre o velho e o novo, entre a produção artística deste período histórico e a que temos condição de produzir neste momento, irão brotar novas e interessantes possibilidades para a arte e a cultura de nosso tempo.

Qual foi sua trajetória até a dramaturgia?

Desde criança tive uma ligação forte com o teatro. Minha família nunca fez distinção entre teatro infantil e teatro adulto nos meus programas de fim de semana, portanto eu via de tudo. E lembro de assistir aos 10 anos uma montagem do Jardim das Cerejeiras, de Tchekov, que adorei e foi quando pela primeira vez ouvi falar da Revolução Russa. No Colégio Pedro II, onde fiz o ensino médio, participei de um grupo amador orientado por um de nossos professores que fez questão de nos apresentar aos textos clássicos da dramaturgia universal. Nas Semanas Culturais, organizadas pelo grêmio estudantil do qual fui presidente, encenamos peças de alto padrão como Liberdade Liberdade de Flávio Rangel e Millôr Fernandes e Terror e Miséria no III Reich, de Brecht. Parece inacreditável uma molecada fazendo essas peças na escola, mas a gente fazia e era muito bom. Passei no vestibular para História e Artes Cênicas, mas o desejo do teatro falou mais alto. Abandonei o curso de História e me formei em Direção Teatral e Teoria do Teatro pela UNIRIO. Em 2001, passei um ano na Cidade do México trabalhando com um coletivo de artistas latino-americanos, que reunia músicos, bailarinos, atores e artistas plásticos. Conseguimos um financiamento da Fundação Ford para um projeto de intervenções urbanas sobre a questão dos desaparecidos políticos nas ditaduras militares da América Latina. Nestas ações eu fazia uma espécie de narrador, mestre de cerimônias, e acabei descobrindo o teatro de rua como possibilidade de uma atuação ao mesmo tempo cultural e política. Quanto voltei ao Brasil, passei a trabalhar com o Grupo Tá Na Rua, do Rio, dirigido pelo teatrólogo Amir Haddad, onde desde então atuo como ator, dramaturgo e coordenador de projetos de uma ONG criada e mantida pelo grupo, o Instituto Tá Na Rua para as Artes, Educação e Cidadania. Em paralelo, sempre mantive uma militância social e política no movimento estudantil e no movimento cultural, que considero também como elementos fundamentais na minha trajetória e formação pessoal.

Em meu blog, tratei diversas vezes do tema do pensamento de Gramsci. Parece que você também vê aí questões seminais ao pensamento atual sobre os desafios brasileiros. Confere? Um de meus entrevistados (Julio Vellozo) chegou mesmo a sugerir um seminário sobre tal pensamento, no âmbito do partido e entorno. Você considera Gramsci atual?

Gramsci é um dos autores marxistas de maior importância para nós que atuamos no campo da cultura e da luta de ideias. É também fundamental para pensarmos a questão da identidade nacional e da formação do povo brasileiro, o papel destes elementos culturais como parte da luta política. Gramsci compreendia a política como uma dimensão da cultura, e não o contrário. O Brasil talvez tenha sido um dos países que mais absorveram as formulações de Gramsci, especialmente na obra de intelectuais como Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho (que por sinal tinham fortes ligações com a geração do CPC). Creio que nosso partido, ao formular sobre um novo projeto nacional de desenvolvimento e afirmar a especificidade do processo de formação do povo brasileiro na construção do socialismo no país, compreendendo o processo revolucionário como uma duradoura disputa de hegemonia no interior da sociedade, está dialogando com a contribuição teórica e política de Gramsci. Gramsci é atual, está na ordem do dia, e creio que seria muito importante que o PCdoB tomasse a iniciativa de estudar, debater e difundir sua obra e seu pensamento.

Entrevista concedida a Walter Sorrentino