terça-feira, 25 de janeiro de 2011

“O estudo de impacto ambiental é pobre, sofrível”


Vereadora Luiza Cordeiro participa de audiência pública sobre o trecho norte do rodoanel em Guarulhos e aponta falhas no projeto

A audiência pública sobre a construção do trecho norte do rodoanel realizada em Guarulhos, nesta quarta-feira 19, reuniu cerca de 1.500 pessoas. Acompanhando e participando do debate desde o início, às 17h, até o fim, 1h30 da madrugada, a vereadora Luiza Cordeiro (PCdoB), em sua fala, apontou diversas falhas no Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (EIARIMA).

Para a parlamentar que preside a Comissão Permanente de Defesa do Meio Ambiente da Câmara, no EIARIMA apresentado pela DERSA há muitas imprecisões. “Não estão claros, pelo contrário imprecisos, os impactos socioambientais, produção e dinâmica das águas e qualidade do ar. Um estudo sofrível”, argumentou Luiza aos responsáveis pela proposta.

O trecho norte do rodoanel deve custar cerca de R$ 5,3 bilhões. Seu traçado atual passa em meio a regiões de preservação ambiental, com rica flora e fauna e grande produtora de água, uma delas a maior floresta urbana que se tem notícia no mundo, a reserva do Cabuçu - é ainda a última etapa do projeto defendido há mais de 16 anos pelo PSDB, um modelo que prioriza o transporte rodoviário em detrimento ao transporte coletivo que polui menos, e gera mais qualidade de vida. Pelo que se viu na audiência pública realizada em Guarulhos, a população é contra.

Ambientalistas, técnicos, empresários, lideranças comunitárias, o prefeito Sebastião Almeida e além de Luiza, outros vereadores acompanharam as discussões. Para Luiza faltou à apresentação de respostas concretas, por exemplo, apontamentos factuais sobre as condições de moradia para as pessoas que serão desabrigadas. “As pessoas estão angustiadas, não podem deixar uma audiência pública sem respostas”, declarou.

Dada a falta de exatidão e clareza constatadas na apresentação trecho norte do rodoanel, Luiza Cordeiro fez a leitura e protocolou um documento pedindo a impugnação do atual traçado, que não define verdadeiramente os impactos nem o destino das pessoas que perderão suas residências. Além disso, a vereadora pediu a realização de mais debates, inclusive específicos, sobre cada tema: habitação, meio ambiente, socioambiental etc.

“Uma obra desta magnitude precisa de um debate mais amplo. Se percebemos que o projeto será conduzido de forma unilateral, iremos fazer uma grande mobilização com políticos, autoridades, ambientalistas, intelectuais e principalmente o povo e seguir para o Palácio dos Bandeirantes em busca de uma reunião com o governador”, finalizou Luiza.

Gutemberg Mendes Tavares
Comissão de Comunicação
PCdoB - Guarulhos

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