segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Comunicação: Um direito de todos

Por Auriel Filho


Em maio de 2007 o Presidente Luiz Inácio da Silva(Lula) criou a Tv Brasil. Essa decisão presidencial foi definida após o fórum das tvs públicas onde diversas entidades e a sociedade civil organizada favoráveis a democratização da mídia assinaram a carta de Brasília que define como deve ser uma rede pública no Brasil. A carta de Brasília aponta para a criação de um sistema público, por isso a criação da Empresa Brasil de Comunicação(EBC) que hoje é presidida pela jornalista Tereza Cruvinel. Apesar desse avanço a EBC funciona como uma emissora e não como uma rede ainda, ela só atinge as tvs por assinatura e tem um alcance muito limitado pela tv aberta. Falta ainda investimentos em profissionais e tecnologia, além dos fatores de sinais e concessões para que a Tv Brasil alcance grande parte dos telespectadores. Além disso, conceitualmente a tv pública deve ser aquela que não sirva como instrumento para perpetuar ideologia política de governo e nem de mercado. Ela deve servir estritamente aos interesses da população, levando informações, divulgando serviços, criando programas de cunho social, esportivo, educacional, cultural e jornalístico.


Mas no sistema que temos hoje não é bem o que acontece,hoje é perceptível que a população não está satisfeita com a programação das nossas redes de televisão e também do sistema que envolve todos os seguimentos de comunicação que trata a sociedade como mero receptador ou leitor não crítico.
Como disse Antonio Gramsci a mídia é um aparato de poder e tem ideologia definida, mas pergunto, o certo não seria uma mídia que buscasse apresentar os fatos verdadeiros da noticia e não criá-los ou maquia-los para que saiam conforme os seus interesses ideológicos e políticos?

Fica a pergunta para o leitor e aproveitando faço mais outra. Você sabia que as concessões de rádio e tv são públicas e que a sociedade poderia interferir na distribuição e no conteúdo delas?
Você sabia também que são oito famílias que são detentoras do poder midiático no Brasil? Só vou citar alguns para lembrarmos: Família Roberto Marinho (Globo), a Família Civita (Editora Abril –responsável pela veja) e a família Frias (grupo Folha de São Paulo). Se você não sabia ai vai outra, a emissora de televisão Rede Globo recebe aproximadamente 60% das verbas publicitárias governamentais, seja municipal, estadual ou federal. Grande parte dessas publicidades vem dos políticos que ela ajuda a eleger em todo Brasil e que geralmente são das famílias oligárquicas como o Collor. Lembra-se dele o caçador de marajás que a mesma elegeu no passado, aliás, para você leitor que não sabe o Collor tem canais de televisão lá em Maceió que são sub diziarias da globo. A família Sarney do PMDB, família Tasso Jeressait do PSDB do ceará, a família do finado Antonio Carlos Magalhães do DEM e infelizmente alguns políticos que se dizem de esquerda e usam desses artifícios de concessões para fazer o mesmo que essas famílias dúbias da política brasileira. Em nossa cidade existe um caso assim, mas é um artigo para depois que esse for publicado. Somos contra políticos com mandato ter canais ou redes de televisão, como também de usar laranjas ou testas de ferro para obter o beneficio.

Em dezembro nos dias 1,2 e 3 vai acontecer um marco nessa área de comunicação, vai acontecer a primeira conferencia de comunicação nacional em Brasília, os temas que serão discutidos beneficia a sociedade. Serão discutidos os seguintes temas: Concentração da mídia no país, produção independente e regional na tv e no radio, universalização da banda larga na Internet, acesso ao telefone fixo, fomento à produção do cinema nacional, direito autoral, rádios e tv digitais. Devemos entender que as políticas de comunicação no Brasil têm sido definidas, de modo geral, sem a participação democrática da sociedade e que os detentores das concessões que são publicas (para rádio a concessão é de 10 anos e para TV são de 12 anos), usam apenas para ganhar dinheiro sem se importar com os conteúdos nas suas programações e serviços destinados à população gratuitamente. Se a sociedade se articula, os barões da mídia também o fazem, recentemente queriam por meio da força impor regras que beneficiavam apenas a eles. O ministro das comunicações (e da globo) Helio Costa(PMDB-MG) vem passando panos quentes por causa de interesses políticos no seu estado no qual deseja sair candidato a governador de Minas Gerais e com certeza com o apoio do plim-plim. A luta já começou e tomara que os vencedores sejam a sociedade e não um pequeno grupo que visam apenas o lucro e o seu projeto de poder...

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