terça-feira, 21 de julho de 2009


A democratização da mídia

Por Auriel Filho

A construção efetiva de uma rede pública de comunicação, diferenciando o que é comunicação pública da comunicação do governo; a elaboração de novos critérios para a política de concessão pública de rádio e tv e com controle social: o estabelecimento de novos critérios de distribuição de verbas de publicidade: a defesa de uma política nacional de radiodifusão comunitária são alguns dos principais itens que será defendido para a democratização da mídia na conferência nacional de comunicação que acontecerá em Brasília nos dias 1,2 e 3 de dezembro deste ano.

Alem desses pontos somam-se as necessidades de um marco regulatório para o setor diante das novas tecnologias, como a tv digital e a descentralização para os estados da gestão do ministério da comunicação. Essa discussão não será fácil travar, principalmente porque os barões da mídia no Brasil vão tentar emperrar o máximo que puder para que não tenha nenhuma mudança. Acontece que dessa vez não são só forças políticas sérias que se movimentam, mas também a sociedade civil organizada que anseiam por mudanças nesse setor.

Quando digo que teremos uma batalha pela frente é devido aos últimos dados que tive conhecimento recentemente através de uma pesquisa de comunicação. 20% das concessões de rádiodifusão estão nas mãos de templos religiosos de toda ordem, 38% estão nas mãos de políticos que usam da sua força nos estados e municípios para barganhar uma boquinha dessas concessões, 10% estão na mão de governos como a Tv Brasil e o restante nas mãos de empresas privadas, incluindo ai alguns barões da mídia que conseguiram perpetuar o seu império através de relações “comerciais” com governos desde quando se iniciou o projeto de comunicação no Brasil (leia-se Rede Globo de televisão).

Olhando assim vejam que a batalha será dura, mas é preciso que todos debatam e cheguem num denominador comum. Sou a favor de uma nova política para o setor de comunicação nacional, mas não sou a favor de monopólios seja de que ordem for. Vejo também que em nossa cidade nada foi debatido no que permeia esse tema, talvez ficou restrito apenas para quem é profissional do setor. Seria interessante que que todos na cidade discutisse esse tema. Essa conferência será uma das mais importantes que teremos daqui pela frente e que será permanente em nosso cotidiano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário