sexta-feira, 13 de novembro de 2009
DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
Livres, laçados à força, trazidos nos porões dos navios para servirem de mão de obra escrava para os conquistadores do Brasil colônia. A justificativa para tal violência, por aqueles que queriam fazer deste país um país cristão, e que defendiam que todos eram iguais perante Deus, era de que mulheres, índios e os negros não tinham alma. Essa a ideologia que dominava o pensamento europeu para justificar as atrocidades cometidas contra um povo livre, expatriado, para garantir o processo de colonização de exploração instalado nesse país, que vigorou até 07/09/1822, nossa independência de Portugal.
Esse povo vem para o nosso país com suas tradições, crenças,idiomas diferentes entre as diversas nações negras, com outra concepção de mundo, que não a dos portugueses que já estavam nos marcos do pré capitalismo, com visão de mundo expansionista e colonialista. Não poderia ser de outra forma: as contradições promovidas pela escravidão criam condições objetivas e subjetivas pelas lutas pela liberdade.
Os quilombos são os mecanismos de resistência encontrados pelos negros escravizados para reagir contra tanta violência e agressividade à que foram submetidos pelos brancos. A diferença entre os homens livres e escravos traduzida na cor da pele, tinha como substrato teórico a justificativa da inexistência da alma.
ZUMBI e tantos outros, nas mais diversas formas encontradas para sobreviver e resistir, se destacou na luta contra a escravidão negra no Brasil. Por mais de 300 anos a escravidão negra existiu em nosso país, deixando atrás de si uma trajetória de lágrimas, sangue, e exclusão. A população era ideologicamente educada para não respeitar os negros, sendo tratados como coisa. Em 13/05/1888, tivemos a assinatura da Lei Áurea, que aboliu a escravatura. Mas não aboliu o pensamento da superioridade de uma raça sobre a outra.
Por isso em pleno século XXI ainda o negro é tratado como ser de segunda categoria. É preciso romper com esse pensamento racista que não contribui com as lutas de todos os povos e raças contra a opressão e exploração. Ganham menos, trabalham mais, sofrem as mais diversas humilhações. Mas o que acontece de ruim com uma raça é ruim também para a outra. Denota o estágio civilizatório em que nos encontramos. Não é bom para os trabalhadores a divisão pela cor da pele, orientação sexual, etnia, crença religiosa, gênero.
Precisamos debater o racismo e fazer os seguintes questionamentos: quem ganha com isso? A quem interessa essa divisão entre os povos?
O dia 20/11 se traduz como um marco da luta pela Consciência Negra. Deve ser o marco de conquista de direitos subtraídos pelo uso da força e violência àqueles que livres na África, se tornaram escravos aqui. Não podemos aceitar como verdade absoluta a ideologia dominante, que promove a hierarquização das diferenças entre os povos, para que estes não se unam e lutem contra o seu opressor. A luta de uma classe contra a outra, inventada pelos capitalistas, insiste em manter e aprofundar as diferenças, como a cor da pele por exemplo, entre os homens e mulheres, promovendo a divisão entre países, povos, nações. Basta de tudo isso!
Contra todas as formas de divisão entre as pessoas, nos posicionamos contra o racismo, defendendo todas as formas de reparações possíveis a toda uma raça, como forma de compensar os mais de 300 anos de escravidão a que os negros foram submetidos.
Pela união dos povos! Pelas liberdades democráticas e contra todas as formas de opressão!
Vereadora Luiza Cordeiro
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