quarta-feira, 25 de novembro de 2009


Sindiquímicos promove o 2º Encontro de presidente da Cipa

Nanotecnologia, Fator Acidentário de Prevenção (FAT) e sistema climático, efeito estufa e pré-sal foram assuntos abordados no evento

A nanotecnologia – suas consequências a saúde do trabalhador e ao meio ambiente foi um dos destaques do 2º Encontro de presidente da Cipa promovido pelo departamento de saúde, segurança e meio ambiente do Sindicato dos Químicos de Guarulhos – Sindiquímicos na manhã desta terça-feira, dia 24 de novembro, na sede do Sindicato.
O encontro que reuniu presidentes de Cipas, profissionais da área técnica de segurança do trabalho, representantes da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo – Fequimfar, Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e região, Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho, alunos do curso de técnica e segurança do trabalho do Senac, parceiros e colaboradores também abordou Sistema Climático, efeito estufa e pré-sal e o decreto 6.042/2007 e sua regulamentação – Portaria nº 254/2009 – Fator Acidentário de Prevenção (FAT). Todos os participantes parabenizaram a iniciativa do Sindicato.
Segundo Nelson Agostinho de Oliveira, diretor do departamento de saúde, a ideia de debater assuntos tão atuais para o dia a dia do trabalhador surgiu da necessidade de se levar para dentro da empresa a preocupação quanto à saúde do trabalhador, proporcionando o acesso à informação e uma maior discussão sobre prevenção de acidentes e qualidade de vida. “São assuntos complexos, mas que sem dúvida influenciam no mundo do trabalho e que traz reflexos na comunidade, família e qualidade de vida dos trabalhadores”, salientou.
Com o tema Nanotecnologia, a pesquisadora da Fundacentro, Arline Sydneia Abel Arcuri, ministrou a primeira palestra do encontro. Com propriedade, Arline levou os participantes a refletirem sobre a nova tecnologia que está associada a diversas áreas (como a medicina, eletrônica, ciência da computação, física, química, biologia, indústria alimentícia, produção de energia e engenharia dos materiais) de pesquisa e produção na escala nano (escala atômica). O princípio básico da nanotecnologia é a construção de estruturas e novos materiais a partir dos átomos.
Para a pesquisadora, a medida em que a matéria é reduzida à escala nanométrica, as suas propriedades sofrem alteração, seguindo leis próprias de comportamento, como densidade, elasticidade, entre outras. “Além de criar altas tecnologias, como parabrisas que não molham, tecido que não amassa, na medicina, por exemplo, temos aparelhos para diagnosticar determinadas doenças, as quais não podem ser detectadas apenas com base em sintomas e exames comuns”, falou. A nanotecnologia é muito utilizada para criar remédios, afinal, trabalhar com componentes químicos de tamanho tão pequeno, exige uma tecnologia minúscula e muito mais rentável, inclusive com o aumento de produção.
Mas Arline faz o alerta. A nanotecnologia ainda está em estudo e pode provocar consequências não pretendidas e até desconhecidas. Um dos grandes problemas que poderá ser gerado pela nanotecnologia é a nanopoluição, gerada por nanomateriais ou durante a confecção desses. Esse tipo de poluição, composta por nanopartículas, pode ser mais perigosa do que a poluição existente no planeta, uma vez que pode flutuar facilmente pelo ar viajando por grandes distâncias.
Como a maioria destes nanopoluentes não existe na natureza, as células provavelmente não terão os meios apropriados de lidar com eles, causando danos ainda não conhecidos, mas já identificados nas doenças cardiorespiratórias e respiratórias.

Para Nilson Meira da Silva, técnico de segurança da Furp, o assunto é pertinente para o setor em que atua e mesmo ainda não tendo a ação produtiva dentro da empresa, a abordagem da nova tecnologia servirá de alerta quanto a sua utilização e prevenção de doenças e acidentes. “A palestra nos alerta quanto a sua aplicação prática e consequencias. E aponta que devemos nos empenhar na sua utilização de forma consciente e no trato das questões de prevenção de doenças e acidentes”, considerou.
Já o jovem estudante do Senac, Rodrigo Fernandes, disse que as palestras com temas atuais proporcionou uma maior capacitação. “O encontro me possibilitou uma visão mais ampla do mercado de trabalho que atuarei no futuro. Além dos temas atuais, as palestras proporcionaram o acesso as ações do Sindicato”, falou.
Ao abordar o Fator Acidentário de Prevenção que será implementado em janeiro de 2010, Antonio Cortez Morais, vice-presidente e responsável pelo departamento de previdência do Sindiquímicos, lembrou que a nova metodologia tem como objetivo incentivar a melhoria das condições de trabalho e da saúde do trabalhador, estimulando cada empresa a adotar políticas efetivas de saúde e segurança no trabalho, para reduzir os acidentes. “Empresa que não investir em saúde e segurança terá aumento na alíquota de contribuição ao seguro acidente. O que significa que precisam ampliar os investimentos em saúde e segurança no ambiente de trabalho”, falou.
O FAP será atualizado anualmente por empresa para definição de bônus, na medida em que ela investir na redução de acidentalidade. O fator é multiplicador de 0,5 a 2,0 pontos a ser aplicado às alíquotas de 1%, 2% ou 3% incidentes sobre a folha de salários, para financiar os benefícios concedidos aos trabalhadores decorrentes do Seguro Acidente do Trabalho (SAT).
Ele considerou ainda que o Sindiquímicos está à disposição para todo e qualquer questionamento quanto a adoção do fator.

Meio Ambiente

Em seguida a palestra de Cortez, o presidente do Sindiquímicos, Antonio Silvan Oliveira que também é secretário nacional do meio ambiente e ecologia da Força Sindical, abordou a questão do sistema climático, efeito estufa e pré-sal. Após apresentar um documentário sobre os efeitos destas ações no meio ambiente e no planeta, Silvan ressaltou a importância de adoção de práticas que nos dê qualidade de vida, a começar com a educação ambiental junto a família. “Precisamos estar alertas para estas mudanças climáticas, as suas consequências e propiciar a mudança de comportamento que podemos começar por nossa casa e levar até o ambiente de trabalho”, falou.

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