Seminário debate Ciência e Tecnologia
Evento realizado pela Fundação Maurício Grabois reuniu catedráticos, estudantes, militantes e lideranças do PC do B.
Ressaltando o quanto é importante para o Brasil evoluir cientificamente, dominar novas tecnologias e intensificar inovações neste seguimento – sempre de forma sustentável -, Adalberto Monteiro, presidente da fundação que leva o nome de um dos maiores lideres Comunistas que o Brasil já teve Maurício Grabois, abriu o seminário “Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Nacional: Perspectivas para a 4º Conferência de CT&I”. Realizado pela Fundação Maurício Grabois, na sexta-feira, dia 5, o evento reuniu mais de 100 pessoas. Entre os presentes estavam acadêmicos, estudantes, pesquisadores, políticos e lideranças do PC do B.
Após a fala de Monteiro, quem deu seqüência ao debate foi o presidente nacional do PC do B Renato Rabelo que ressaltou a ligação entre ciência, tecnologia e inovação, com o novo projeto nacional de desenvolvimento, defendido pelo Partido Comunista do Brasil. Ainda durante sua fala Rabelo defendeu a nacionalidade da CT&I. “A ciência e a tecnologia, enquanto manifestações humanas, não podem ser encaradas como algo sem nacionalidade; afinal, não têm caráter espontâneo. Elas surgem onde há condições para isso, onde há estímulo para seu desenvolvimento”, argumentou Rabelo.
Quem esteve presente no auditório onde se passou o Seminário, ou o assistiu ao vivo via Portal Vermelho obteve informações importantes sobre o que está se passando no setor de CT&I, no Brasil. Apesar de a maioria dos especialistas verem entre a política econômica do governo Lula e a política de nacional de CT&I diversas contradições, alguns dados apresentados demonstram que no atual governo os investimentos nesta área bateram recordes. No ano passado, 2009, foram investidos cerca de R$ 5,6 bilhões. Em 2010, previsões apontam que o valor de investimento no setor irá ultrapassar os R$ 7,2 bilhões. Outros dados apontam que o Brasil está entre as 15 nações que mais investem em Ciência, Tecnologia e Inovação; forma 10 mil doutores por ano; têm 150 mil pesquisadores ativos; produz 2,1% do conhecimento científico e tecnológico do mundo; e tem empresas lideres no setor como a Embraer, que entre as fabricantes de aviões para até 100 passageiros, é a líder mundial.
Dados preocupantes também foram expostos. Temos poucos estudantes universitários que optam por cursos científicos, tecnológicos etc. “69% preferem estudar humanas ou sociais”, disse Carlos Aragão presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Aragão ainda defendeu que na 4º Conferência Nacional de CT&I, a realizar-se em maio deste ano, em Brasília, os debates abordem questões como: “a libertação do Brasil no tangente a dependência tecnológica - cientifica; e, da condição de produtor de produtos primários.”
Darc Costa, ex-vice-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi um dos palestrantes. Em sua fala não poupou criticas a política econômica empregada pelo atual governo. “É preciso encarar a economia como meio e não como um fim. O projeto de nação deve ser definido através da política e a economia deve estar submetida a ela. O governo Lula tem projeto, mas a economia ainda não serve a ele porque o modelo ainda é servil”, disse.
Na seqüência, Darc defendeu uma maior participação do Estado, seja na economia como no setor de CT&I. Lembrando o surgimento da internet, disse que “nos últimos 150 anos, a maior parte das principais inovações no mundo tiveram origem em políticas de Estados nacionais; é importante salientar inclusive que por trás de muitas das inovações do setor privado está à atuação do Estado.”
Encerrando, o ex-vice-presidente lembrou a condição inadequada na qual os alunos do ensino básico iniciam sua vida acadêmica. Para concluir disse: “precisamos criar um projeto de CT&I que não privilegie a lógica da acumulação porque esta leva à sociedade do consumo que, no final, acaba sempre esmagando o homem. Na forma atual, a ciência e a tecnologia não servem aos homens; os homens é que servem a elas”, criticou.
Outros dois especialistas, professor Luis Martins, da UFRJ e Luis Fernandes, presidente da Financiadora de Estudos e Projetos também discorreram na palestra e contribuíram para o bom andamento do debate.
Por Gutemberg M. Tavares – Secretaria de Comunicação PC do B Guarulhos
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
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