terça-feira, 31 de março de 2009

A mídia nas eleições em Guarulhos

Os bons veículos não precisam de artifícios para crescer

Acredito que nunca na história da nossa cidade houve uma disputa tão acirrada para a Prefeitura quanto em 2008, não só por causa da ida de dois candidatos ao segundo turno, mas também pela mídia guarulhense. Setores da mídia local tiveram um comportamento nada jornalístico, do ponto de vista ético e moral. Por incrível que possa parecer para alguns descrentes, os dois jornais de maior circulação na cidade tiveram no processo eleitoral uma postura impecável. Divulgaram, analisaram pesquisas e apuraram os fatos verdadeiros, sem pender para um lado ou para o outro da balança política, agindo assim com transparência e responsabilidade.
Nessa procura para informar melhor o leitor, infelizmente, porém, um grupo jornalístico e alguns programas das emissoras de assinantes da cidade tiveram um comportamento vergonhoso, do ponto de vista da imparcialidade. Essa vontade tamanha de se posicionar por um lado, por companheiros da imprensa, veio recheada de "aditivos". Tudo que aprendemos sobre o verdadeiro papel da informação jornalística ficou arranhado, devido aos factóides criados, pesquisas manipuladas e matérias depreciativas, sem ouvir o outro lado, assim quebrando todo o código aprendido nesse meio tão importante para a nossa sociedade.
Para quem gosta do jornalismo pautado pela imparcialidade, foi muito duro passar próximo de um comitê de campanha e ver na rua um dono de jornal e um apresentador de programa brindando a ida de um candidato ao segundo turno.
Como acreditar nas matérias desse jornal ou nesse apresentador que, na mesma semana da eleição, mostrava uma fita de compra de apoio ao candidato governista num hipermercado, sem ao menos mostrar na tela as imagens? É de se lamentar atitudes como esta de companheiros da área.
A nossa mídia, na cidade, não precisa desses artifícios politiqueiros para crescer. Basta ver exemplos de grupos que estão crescendo porque estão levando a informação de forma responsável, através da melhora dos seus serviços, e, com isso, estão conseguindo sobreviver devido à qualidade do que apresentam para os seus leitores e o retorno para os seus anunciantes.
É imprescindível que façamos essa reflexão. Se não, tornaremos a ver mais do mesmo.

Auriel Filho
Professor e Psicólogo
Secretário de Comunicação
PCdoB/Guarulhos

Nenhum comentário:

Postar um comentário